O QUE É BURACO NEGRO




Buraco Negro é uma região do espaço onde o campo gravitacional é tão forte que nada
 sai dessa região, nem a luz; daí vermos negro naquela região. Matéria (massa) é que 
"produz" campo gravitacional a sua volta. Um campo gravitacional forte o suficiente para 
impedir que a luz escape pode ser produzido, teoricamente, por grandes quantidades
 de matéria ou matéria em altíssimas densidades.

Velocidade de Escape
Se atirarmos uma pedra para cima ela "sobe" e depois "desce", certo? Errado! 
Se atirarmos um corpo qualquer para cima com uma velocidade "muito" grande, esse 
corpo "sobe" e se livra do campo gravitacional da Terra, não mais "retornando" ao 
nosso planeta. A velocidade mínima para isso acontecer é chamada de velocidade
 de escape. A velocidade de escape na superfície da Terra é 40.320 Km/h. Na superfície 
da Lua, onde a gravidade é mais fraca, é 8.568 Km/h, e na superfície gasosa do
 gigantesco Júpiter é 214.200 Km/h. 

A velocidade da luz é aproximadamente 1.080.000.000 Km/h. Um buraco negro é um corpo
 que produz um campo gravitacional forte o suficiente para ter velocidade de escape superior 
à velocidade 
da luz. A massa do Sol (0,2 X 10³¹Kg) é 333 mil vezes a massa da Terra e seu diâmetro 
(1,4 milhões de 
quilômetros) é mais de 100 vezes o diâmetro da Terra. Ele se transformaria em um
 buraco negro caso se contraísse a um diâmetro menor que 6 Km.

Detecção
Uma vez que nada sai de um buraco negro, nada de um buraco negro chega até nós.
 Resta-nos então observá-lo indiretamente, através de sua ação sobre sua vizinhança.
 "Vemos" um buraco negro observando "coisas" que o rodeiam sob a ação do
 seu campo gravitacional ou então que "caem" em sua direção, também sob a ação 
desse mesmo campo gravitacional. A velocidade com que a matéria, a uma determinada 
distância de um corpo, o orbita, é proporcional à gravidade desse corpo. Mesmo sem 
vermos o corpo central podemos saber qual a sua massa se virmos e medirmos a 
velocidade de nuvens de gás e poeira que o orbitam, por exemplo. Uma outra situação: 
se sob a ação da gravidade do corpo central, matéria "cai" em direção a ele, esse 
material enquanto vai "caindo" vai se comprimindo; por se comprimir vai se esquentando,
 e quanto mais quente fica, mais irradia... Também nesse caso, se medimos essa 
radiação, obtemos informações sobre o corpo central.

Buracos Negros Super Massivos
Em 1994, astrônomos que trabalhavam com o Telescópio Espacial Hubble, não apenas 
obtiveram fortes indícios da presença de um buraco negro no centro de uma galáxia espiral,
 como também mediram a sua massa. Através de um efeito bem conhecido da física
 (Efeito Doppler) foi possível medir a velocidade de gás e poeira girando em torno do 
centro da galáxia M87. Pelo desvio das linhas espectrais da radiação emitida por esse
 material, chegou-se à conclusão que ele gira em torno do núcleo de M87 com uma
 velocidade muito grande. Para manter esse material com uma velocidade tão grande é
 preciso uma massa central também muito grande. Uma quantidade tão grande de
 massa no volume interno à órbita do material que o circula só pode ser um buraco negro.
 A massa deste buraco negro foi estimada em 3 bilhões de massas solares.

Buracos Negros Estelares
Antes da fantástica descoberta acima descrita a procura por buracos negros no universo
 se concentrava principalmente na possível detecção de objetos muito compactos com
 massa algumas poucas vezes maior que a massa do Sol e que estariam espalhados nas
 galáxias. Desde 1939 acreditamos que, em seu processo evolutivo, uma estrela de
 massa maior que 3,2 vezes a massa do Sol, quando acaba o seu combustível, pode 
"desabar sob seu próprio peso". Essa estrela pode se contrair tanto que dê
 origem a um campo gravitacional forte o suficiente para impedir que a luz escape de suas
 proximidades. 

Um buraco negro! Se um buraco negro desses estiver envolto por uma nuvem de gás 
e poeira ou se tiver uma estrela por companheira, pode ser que tenhamos matéria dessa
 nuvem ou dessa estrela "caindo" no buraco negro e então irradiando (principalmente na
 frequência de raio X). Um número considerável de estrelas da nossa galáxia forma 
sistemas duplos. É possível então que tenhamos vários buracos negros cabíveis de 
serem detectados através dessa radiação. Cygnus X-1 é uma "fonte de raios X",
 companheira de uma estrela de massa aproximadamente 30 vezes a do Sol
 (HDE 226868) e é um dos mais fortes candidatos a buraco negro conhecido.


Uma Nova Classe de Buracos Negros
Em abril passado astrônomos da NASA e da Carnegie Mellon University comunicaram 
haver obtido, separadamente, evidências da existência de buracos negros de massas 
variando
 entre 100 e 10.000 massas solares, nos centros de algumas galáxias. Os astrônomos da
 NASA obtiveram tal evidência estudando raios X emitidos por 39 galáxias próximas à nossa.
 NGC 4945, uma galáxia espiral muito parecida com a Via Láctea (nossa galáxia), é 
uma dessas. Os astrônomos da Carnegie Mellon University chegaram à mesma evidência 
estudando raios X provenientes de M82. Têm sido elaboradas teorias procurando
 entender a origem desses buracos negros "meio pesados".

Mini Buracos Negros?
Vale a pena lembrar que muitos astrônomos e físicos acreditam na existência de mini buracos
 negros que teriam sua origem nos primórdios do universo. Alguns procuram explicar a
 explosão que ocorreu sobre o rio Tunguska na Sibéria em 1908 e destruiu mais de
 2.150 quilômetros quadrados de densa floresta, à colisão de um desses mini buracos negros 
com a Terra.